sábado, 25 de junho de 2011

Pensando sobre os encaminhamentos e reviravoltas do nosso movimento grevista, ocorre-me trazer à reflexão um fragmento do belo poema de Eduardo Alves da Costa “No caminho com Maiakóvski”:
“(…)
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
(…)
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
(…)
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita – MENTIRA!”


Há muito tempo estão roubando nossas flores, destruindo nossos jardins, matando nossos cães…
Eis que por vezes permitimos que nos silenciassem…
Mas agora basta! Chega de promessas, humilhação, desrespeito, descaso…
Cansamos! Desculpem-nos caros alunos, pais e mães! Todos nós estamos perdendo. Mas, creiam, é por uma boa causa. Obrigada pela compreensão!
Não estamos apenas preocupados com a questão salarial. Queremos, acima de tudo, que a educação seja tratada com o devido respeito.
Vou apresentar um reles exemplo de descaso: em nossa Escola temos um ginásio de esportes em construção há 18 anos (isso mesmo: 18 anos!) e as promessas de liberação de recursos para a conclusão da obra ainda não se concretizaram, de forma que recentemente o espaço foi interditado por oferecer riscos à segurança das nossas crianças e adolescentes.


Parabéns a todos os colegas que se permitiram abandonar a “caverna”, quebrar os grilhões, enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil.
Que pena! Alguns não compreenderam o significado desse momento e optaram por permanecer na condição de espectadores.
Queremos virar esta página com a maior brevidade e, quem sabe, o tempo nos dirá que valeu à pena tanto sofrimento.
Quem sabe possamos comemorar nossa justa valorização profissional e ver a Educação ser tratada como prioridade, de fato, não apenas nos discursos e no papel.
Mary T. Rafaeli – Supervisora Escolar – EEF Prof. Edvino Huppes – Coronel Freitas- SC

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